quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Mudanças só para Mim e por Mim

Tenho andado a pensar num post que li aqui no blog do Jorge e ao qual acabei por não comentar, perdoa-me Jorge, mas assim por aqui vou estender-me um pouco sobre este assunto.
Mudar. Mudar para quê. Mudar por quem. Quando. A resposta é: Mudar quando sentir que é o momento certo para, mudar por mim, mudar para servir as exigências que vou impondo a mim mesma e, portanto, mudo porque é o certo, para mim.
A mudança e as relações é algo que joga muito com a auto-estima, com o papel que desempenhamos no nosso intercruzar com o Outro. Portanto não vou optar por uma visão naif da realidade. A nossa imagem é co-construída com o outro. Na vivência, nas experiências trocadas e é mais do que lógico de que somos mais porque somos com o Outro. Mas depositar no outro, na necessidade de o agradar é atribuir-lhe um poder sobre nós que não lhe é devido e que, pode até ser perigoso.
Não que com isto eu seja contra a que as pessoas mudem, façam dietas, operações plásticas, pintem o cabelo ou prestem especial à reciclagem do seu guarda-fatos. Sou simplesmente a favor que o façam para serem mais felizes, não para fazerem os outros mais felizes. Precisamos sempre partir de nós mesmos para não nos perdermos pelo caminho. Para não vivermos a nossa felicidade sobre o óculo de com quem partilhamos a cama, afinidades genéticas ou emocionais.
Eu quero alguém que não me queira mudar. Que queira o pacote todo. Com o cabelo encrespado após uma corrida à chuvavestida com aquele pijama com 10 anos que eu adoro, depois de uma noite de insónias com olheiras fundas na cara, com um chapéu ridiculo na praia ou daqui a 20 anos quando o meu peito já não firme e bonito, o meu rabo descaído e as minhas mãos forem um curioso mapa enrugado. Porque este corpo em que todos vivemos, é isso mesmo: só um pacote.

28 wake ups:

coraline 25 de fevereiro de 2009 às 22:28  

Concordo muito :)

Carla 25 de fevereiro de 2009 às 22:28  

É bom que penses sempre assim ...

bj

Cor do Sol 25 de fevereiro de 2009 às 22:35  

Não podia estar mais de acordo. Deve ser o amarelo que nos faz pensar assim ;)

Jorge Freitas Soares 25 de fevereiro de 2009 às 22:46  

:-)

Demorou mas veio.... e muito bem, como é apanágio de tudo o que escreves.

Sabes, também eu tenho andado a pensar no assunto, escrevi aquele post um pouco na perspectiva de puxar pelas pessoas, como dizia uma amiga..atirar a pedra e esconder a mão... mas a coisa não é assim tão simples...

Como dizia alguém, todos somos escravos de um ideal qualquer, e no fundo no fundo, tudo o que fazemos em pró desse ideal, é para agradar a alguém, se não é a namorada, são os pais, o patrão, o vizinho... os bons costumes.... qual é a diferença de o fazermos por qualquer uma destas pessoas ou pela pessoa que a amamos?

Na verdade, quando uma mulher diz que vai mudar algo de si porque se vê ao espelho e que ver algo diferente, está a fazer isso para se agradar a si ou ao mundo? e sendo a si, não é a um ideal de beleza que é imposto pelo mundo?...

Dizia alguém, uma mulher, que é uma hipocrisia, porque de uma forma ou outra, todas as mulheres fazem tudo isso em prol de algo ou de alguém... não sei....mas cada um sabe de si...e todos sabemos do mundo.

Já me estendi..sorry
Jorge

Last Lion 25 de fevereiro de 2009 às 22:54  

Grande verdade que disseste. Mas também é verdade que nem sempre isso acontece.

Beijokas ;)

Anónimo 25 de fevereiro de 2009 às 23:02  

Também quero alguém que me aceite como sou (talvez por isso continue sozinha) e mais do que isso: não pretendo mudar por ninguém. Também não desejo mudar que o outro mude por mim. A mudança deve partir de dentro, da própria vontade da pessoa. O que disseste é muito bonito, somos um pacote mesmo, devíamos concentrarmo-nos mais no conteúdo em vez de cuidar apenas da embalagem.

escarlate.due 25 de fevereiro de 2009 às 23:22  

como costumo dizer "se eu não gostasse de mim... quem iria gostar?!"
Mudar? claro que vamos mudando ao longo da vida, afinal a ordem natural é nascer CRESCER e morrer. mas forçar mudanças... não creio que resulte em algo positivo

OnlyMe 25 de fevereiro de 2009 às 23:31  

Claro que mudamos ao longo da nossa vida. Eu mudei e muito. Mas porque é todo um crescendo, um aprendendo com a vida, com o mundo que nos rodeia. Mudar sim!! Mas por nós! Para nós! Porque gostamos de nós próprios! Porque queremos ser melhores como seres humanos!
As pessoas que nunca mudam desde que nascem até que morrem estão completamente fechadas ao mundo. Não evoluem.
Eu não quero que ninguém me mude ou exija que eu o faça! Quero ser eu a mudar! A evoluir!

Jinhos su :)

Ƭ. 25 de fevereiro de 2009 às 23:36  

su, belo texto.

assim como a vida a exigir de nós cada vez mais...

nossa essência é nossa luz.
nossa originalidade é que nos torna essencialmente diferente do outro.
e ser diferente é ser autêntico!

vc é especial, menina, mto especial!

bjo no coração!

Anónimo 26 de fevereiro de 2009 às 00:07  

Mais nada! O amor não é um fato por medida. As pessoas são um todo, com virtudes e defeitos e não se pode pretender amar só o lado positivo de alguém com quem vamos partilhar a vida.
A vida a dois é um acto de partilha, ou um divórcio.
Beijinho.

Anónimo 26 de fevereiro de 2009 às 00:15  

Voltei porque encontrei por aí uma frase muito vulgar nestes casos (quero alguém que me aceite como sou). Essa ideia é também ela redutora e pressupõe uma inflexibilidade que leva ao mesmo resultado da primeira.
Nem devemos mudar porque alguém que diz amar-nos o impõe, mas devemos estar abertos a limar arestas dos dois lados. É complicado mas, na pior das hipóteses, vamos lá por tentativas. Ou não...

@martasta 26 de fevereiro de 2009 às 00:25  

é isso mesmo...
bjca

susana 26 de fevereiro de 2009 às 00:32  

Bem este post está a dar que falar:P é sempre assim que se fala de amor não é? Ferve algo em nós. Pelo menos assim se passa comigo.
Bem eu não tenho comentado os vossos comentários porque, verdade seja dita, ando preguiçosa. Desculpem, mas é a verdade:) E quem diz a verdade não merece castigo, pois não? Espero que não me castiguem e deixem de me comentar, porque é saboroso ver que se dão ao trabalho de perder ( ou ganhar, depende da perspectiva de cada um) eu deixar aqui as vossas palavras e pensamentos e espero eu sentimentos. Bom, aqui vão os comentários de hoje:

Saves: Obrigada:) Ando à espera de um novo post teu:P

Shakti: Já pensei assim e agi diferente.

Cor-do-sol: Nada como o amarelo para clarear as ideias:P

Jorge: Podes estender-te por aqui sempre que quiseres:)É um prazer receber-te por estes lados e tu bem o sabes! Foste tu que me chamaste verdadeiramente atenção para este mundo que é a blogosfera e que, mesmo sem saberes, me ajudaste a voltar a escrever, coisa que não fazia há anos.
De facto este teu post, que digo desde já está delicioso deixou-me realmente a pensar. Deixou-me a pensar por dois motivos: um primeiro por questões pessoais,(des) gostos amorosos, outra porque aquilo para que chamaste a atenção tem sido algo em que tenho trabalhado interiormente nos ultimo ano. Em relação aos pais, à familia e aos amigos. E tem sido duro. Em muitos aspectos.
E tudo o que dizes é verdade, é hipócrita dizer-se que os outros não têm um importante papel no nosso poder de decisão, nas nossas escolhas, porque somos todos espelhos. Reflectimo-nos uns aos outros. Mas o que digo é que não podemos colocar esse poder nas mãos dos outros. Não podemos conceptualizar o nosso conceito de felicidade como a felicidade de quem nos olha. Por inteiro. E o que aocntece muitas vezes é que , inconscientemente, vivemos um falso estado de felicidade sem nos darmos conta, porque somos felizes pelos olhos do pai, da mãe, do namorado, da amiga. E esvaziamo-nos. Tanto e tão pouco que o que resta de nós é um invólucro vazio, despido de si. Um pacote. Digo isto porque de facto foi algo que me sucedeu. E do qual tive só tempo depois consciência. Mas com tudo se aprende. Os outros só nos podem co-construir, não nos podem construir por si só. Isos cabe-nos a nós com eles.
Acho que fiz um post dentro de um post:P Beijinho!

Liomaster:Pois não, o equilibrio é sinonimo de perfeição.

susana 26 de fevereiro de 2009 às 00:35  

bell: mas não exijas demasiado dos outros. Ficar sozinha porque não se quer mudar por ninguém é também ele arriscado, caímos no erro de evitar mudar com alguém:)eu que o diga.

escarlate.due: nada deve ser forçado. Deve ser vivido.

Om-Lumen 26 de fevereiro de 2009 às 00:38  

Independentemente de quem és e do que te propões experimentar nesta vida, eu só posso reconhecer a Vida Maior em ti, num abraço.

Um profundo abraço amigo que inspira o que não tem idade em ti.

Om Lumen

susana 26 de fevereiro de 2009 às 00:42  

onlyme: com os outros, não é only? ( lá estou a fazer-te perguntas:P)

Tecnenfermaginando:adorei a frase, ser diferente é ser diferente!:) Obrigada pelas tuas constantes visitas!

cãosarnento: eu não disse que queria alguém que me aceitasse como sou.:) disse: quero alguém que não me queira mudar. Parece o mesmo, mas não é. Quero alguém que me entusiasme a crescer, com quem queira crescer, porque eu sou uma miúda Cãosarnento, tenho tanto para crescer. Há uma diferença entre as duas permissas.Eu mesma quero mais, quero ser mais, melhor, melhorar os defeitos que tenho, provavelmente desaparecem estes e vêm outros.

mimoazul: beijoca para ti também miminho:P

Anónimo 26 de fevereiro de 2009 às 01:07  

E eu não disse que eras tu!

Anónimo 26 de fevereiro de 2009 às 01:20  

Óbvia. Esta última frase é sem dúvida, o todos temos certeza.
Ninguém fica cá para contar a história e de certeza que não se vão lembrar de nós por termos um mamilo mais acima que o outro ou porque o nosso pacote não corresponde ao que vai lá dentro.
Somos quem somos e mudar, só mesmo para me satisfazer.
Beijinho Su*

Marcos Valério Cabeludo 26 de fevereiro de 2009 às 01:54  

Gatinha, você acertou na môsca: Nada que não se tenha pode ser transmitido! Busquemos primeiro estarmos felizes internamente e depois então poderemos viver e conviver muito bem, abraços e felicidades!

zequinhas 26 de fevereiro de 2009 às 02:25  

É bom ler algo tão bem escrito por alguém que se nota ter as ideias todas no devido lugar...

A minha opinião é em quase tudo identica à tua.

Que ninguém ouse tentar mudar-me pois o esforço será em vão, se eu não pretendo mudar ninguem, também não admito que o tentem fazer comigo, não que seja apenas teimoso(sou sim admito e tenho ideias fixas sim!), mas a minha dignidade, amor-proprio, e vontade falam mais alto.

bj

Aprendiz 26 de fevereiro de 2009 às 05:28  

Espero que daqui a 20 anos penses o mesmo... porque se te encontro no consultório de um cirurgião plástico vou perder a fé nas mulheres! :D
Quanto ao título, concordo; jamais faremos outros felizes se não o formos.

Beijos

meus instantes e momentos 26 de fevereiro de 2009 às 08:52  

parabens pelo teu blog, muito bom.
ótimo post.
Maurizio

vagabundo 26 de fevereiro de 2009 às 10:40  

E também aceitas o outro assim??
è bem verdade que o fisico tem um principio e fim...
no principio um lindo rebuçado...
e no fim um velho papel enrugado.

Mas essa é a parte que o outro, se gosta de Ti, nem fará muita questão em que mudes.
Tens razão quando dizes que a nossa imagem, o nosso todo, é co-construido com o outro, e por isso mesmo, acontece que muitas vezes somos mais felizes, justamente porque temos a capacidade de fazer o outro mais feliz...e mudamos.
Porque muitas vezes as nossa mudanças internas reflectem-se na nossa imagem externa. A nossa pele respira melhor e transpira saúde com a nossa alegria; o nosso cabelo brilha quando estamos felizes; e até os rabos descaídos e as mãos enrugadas ganham um novo encanto, tal como são sem quaisquer plásticas ou cosméticas. simplesmente porque estamos e nos sentimos felizes...porque sabemos fazer feliz o outro. E o pacote que somos, é um pacote Vivo. Se formos só nós e sempre nós,dificilmente o outro encontrará espaço para si...
pobre vagabundo.

the reason is you 26 de fevereiro de 2009 às 17:11  

"Eu quero alguém que não me queira mudar. Que queira o pacote todo"

Muito bem!!! e porque ninguém é perfeito.

Beijinhos

aespumadosdias 26 de fevereiro de 2009 às 19:10  

Mudar só se nos sentirmos bem.

Miepeee 26 de fevereiro de 2009 às 20:35  

Palavras para que? Esta tudo dito e bem dito !
Beijinho.

Nelson 27 de fevereiro de 2009 às 14:46  

É vulgar ouvir-se dizer que "ninguém muda ninguém", porque efectivamente a única mudança verdadeira é aquela que operamos em nós próprios por nossa vontade.
E se essa vontade é consequencia de uma relação que temos, não me choca nada que ocorra, se for reflexo de uma natural mudança da pessoa pelo facto de estar numa relação. Isto não é satisfazer o ideal do outro, mas sim evoluir na medida da experiência que se vive com essa outra pessoa.
É que em mudança estamos nós sempre, a cada momento, porque estamos sempre a aprender um pouco mais com o que vivemos.
Agora mudanças forçadas noralmente são bombas-relógio....

Trintão 28 de fevereiro de 2009 às 22:00  

E não queremos todos o mesmo...? :)

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