As aventuras da Maria Castanha
Maria Castanha. Chamava-se assim desde sempre. Consta que o Maria vinha do formato da sua cara ser redondinho como a bolacha Maria e Castanha, porque a sua pele era de um marron delicioso e macio que brilhava ao sol.
Vivera ali desde sempre. Por isso nem há espaços para o Era uma vez. Porque eram todas. Eram infinitas e infinitas vezes. Todos os dias ela via o mesmo sol e a mesma lua a trocarem de posto, na tarefa de lhe iluminar a vida.
Todos os dias acordava e saía a correr pela porta pelo caminho que a conduzia ao riacho. Brincava pé ante pé ao desiquilibrio, por entre as pedras ribeirinhas e ria-se à gargalhada cheia que ecoava por entre o espaço solto que ladeava o riacho. Todos os dias, voltava para casa a saltitar, mas cansava-se sempre e acaba por dormir uma soneca por debaixo da árvore mãe. A Árvore Mãe - Dona Verde Ramalhete -repousava num clareira cheia de luz, no caminho intermédio entre a casinha da menina e o riacho. Era uma árvore grande, forte e devia ser já muito antiga. Maria Castanha sempre se lembrara daquela clareira aconchegada pelos seus largos ramos e pelas longas raízes que ressaltavam carinhosamente da terra, sem a fustigar.
Após a soneca, caminhava então por entre as árvores, olhando para cima, por entre as copas, observando, com os seus olhos grandes e fundos, cada novidade que se concretizava diante si. Ou eram as flores a serem debicadas pelas abelhas na Primavera, as árvores cobertas de folhas verdinhas no Verão, os tapetes longos e amarelos onde ela bailava no Outono ou os flocos de neve que lhe escapuliam pelas mãos, no Inverno. E ela era imensamente feliz.
No final do dia, sentava-se no chão à soleira da porta, e passava horas a contemplar o céu, conhecendo um por um, os focos de luz que lhe alegravam a noite. E sempre, sempre, antes de se ir deitar inspirava bem fundo, fechava os olhos e sorria enquanto escutava os barulhos que a floresta deixava chegar a si. E era feliz. ( continua)
Vivera ali desde sempre. Por isso nem há espaços para o Era uma vez. Porque eram todas. Eram infinitas e infinitas vezes. Todos os dias ela via o mesmo sol e a mesma lua a trocarem de posto, na tarefa de lhe iluminar a vida.
Todos os dias acordava e saía a correr pela porta pelo caminho que a conduzia ao riacho. Brincava pé ante pé ao desiquilibrio, por entre as pedras ribeirinhas e ria-se à gargalhada cheia que ecoava por entre o espaço solto que ladeava o riacho. Todos os dias, voltava para casa a saltitar, mas cansava-se sempre e acaba por dormir uma soneca por debaixo da árvore mãe. A Árvore Mãe - Dona Verde Ramalhete -repousava num clareira cheia de luz, no caminho intermédio entre a casinha da menina e o riacho. Era uma árvore grande, forte e devia ser já muito antiga. Maria Castanha sempre se lembrara daquela clareira aconchegada pelos seus largos ramos e pelas longas raízes que ressaltavam carinhosamente da terra, sem a fustigar.
Após a soneca, caminhava então por entre as árvores, olhando para cima, por entre as copas, observando, com os seus olhos grandes e fundos, cada novidade que se concretizava diante si. Ou eram as flores a serem debicadas pelas abelhas na Primavera, as árvores cobertas de folhas verdinhas no Verão, os tapetes longos e amarelos onde ela bailava no Outono ou os flocos de neve que lhe escapuliam pelas mãos, no Inverno. E ela era imensamente feliz.
No final do dia, sentava-se no chão à soleira da porta, e passava horas a contemplar o céu, conhecendo um por um, os focos de luz que lhe alegravam a noite. E sempre, sempre, antes de se ir deitar inspirava bem fundo, fechava os olhos e sorria enquanto escutava os barulhos que a floresta deixava chegar a si. E era feliz. ( continua)
( desenho feito para mim pelo Nelson Avelar, originalmente apelidado de a casinha da senhorita Susana, agora a casinha da Maria Castanha. Maria Castanha era a alcunha que me apelidavam na primária. Das muitas que tive esta foi a que mais gostei, por isso é irresistível para mim criar uma personagem com esse nome)
23 wake ups:
Uma verdadeira delícia "As aventuras da Maria Castanha", fiquei realmente deliciada, espero ansiosamente pela continuação. Porque a tua escrita tem sempre o toque mágico, o poder de nos fazer sorrir de forma simples! ;)
beijinho*
Olá Su
Lindo..... umja doçura de historia... queremos mais.
Beijinho
Jorge
Tens um miminho lá no Rochedo à tua espera.
Tens um jeito imenso para histórias doces e ternurentas. Gostei muito de te ler. Espero a continuação. :D
Jinhos, su :)
Um belo conto, como só tu sabes escrever.
Maria Castanha ou Bolacha Maria Torrada? Se andasses na escola comigo já estavas tramada. Eu era lixado para pôr alcunhas aos colegas (de escola e de trabalho) eheheh.
Beijinhos.
Acho que já disseram tudo...
Parabéns, beijinhos e continua.
Já existem histórias da Maria Castanha, costumamos contar aos miudos por altura do S. Martinho, mas esta é uma delicia :)
Beijo
Escreves tão bem! Parabéns!
Gostei tanto!!!!
Aguardo ansiosamente o resto!
Beijos.
Olá Susana!
Obrigado pela visita, e parabéns pelo teu blogue.
..vou passando.
Bj TT
É bom voltar à blogoesfera para voltar a sorrir por causa da doçura e inocência das tuas histórias:) tens lá um desafio no meu cantinho;)
bj
Esperemos pela continuação então...
bj
quando o meu filhote era pequenito contava-lhe a história da maria castanha :) fizeste-me recordar esses tempos :)
obrigada Su
A tua história retrata bem como as crianças podem ser felizes com tão pouco.
Como disse a Christiana, uma verdadeira delícia.
Eu cresci com as f+abulas de La Fontaine e com os contos dos Grimm!
mas este é igualmente...mágico!
beijinho doce, doce-susie.
Parabéns! E obrigada por este momento de fantasia no início do meu dia.
Até que é uma alcunha bem catita!!hihihi
Aguardo os próximos capítulos!!
mts bjs
_malinha
Excelente. Aguardo pelo resto...
Beijocas
O desenho e a históri são excelentes. Para quando um livrinho?
O desenho é muito bonito. O nome também é engtraçado.
:)
olá =)
É sem sombra de duvidas um prazer enorme receber tão rasgados elogios, ainda mais quando vêm de ti.
És uma pessoa fantástica, eu eu tenho imensa pena de ter cada vez menos tempo para poder vasculhar este teu cantinho como antes fazia.
Esta história fez-me recordar a minha infancia e o tempo em que ao ouvir uma lenda me punha durante varios dias a tentar imaginar na minha mente cada pormenor. Neste caso foi assim que me senti... Para além de me sentir de novo pequenino, viagei durante alguns minutos pelo mundo da fantasia.
Parabéns pela originalidade da história e por te teres lembrado de colocar na personagem um nome que te é tão querido, talvez algumas passagens do texto tenham feito parte (de uma maneira ou de outra) da tua vida real.
o desenho está espectacular, ganhaste um belo "presente"
um beijo*
Para onde irá a Maria Castanha? Biju
Mt giro o desenho
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