(...)
Há dias na minha vida em que sou plana, pouco absorvente. Não quero saber do mundo lá fora, só de que vai cá dentro. E não é narcisismo não, é fome de ser mais de dentro para fora, como quem utiliza uma lente de aumento que vê aquela partícula de pó, que se acumula debaixo do tapete.
Depois tenho daqueles dias em que sou redonda, moldável, que rebolo pela estrada do espelho, em que a lente de aumento é o Teu olhar. O olhar que é distraído, o olhar que é pérfido, o olhar que é venenoso, o olhar que é profundo, o olhar que é curioso, o olhar que é sereno. O olhar que espera ou desespera, o olhar que ilude ou desilude. Hoje não encaixo em nenhum desses dias. Sou apenas aquela que vê tudo de cima e que com a mão afasta o Sol dos olhos, fazendo sombra a tudo o que pensa que ( não) é.
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