O Síndrome da Fada-Madrinha
Num dos dois bolsos da bata e no meio de uma quantidade astronómica de papelada, recados e objectos não identificados - sim os meus bolsos são o caos - repousa agora mais um desenho e como todos os desenhos, também este tem uma estória. Segundo ele, eu sou a Fada-Madrinha. Quem trabalha com crianças sabe como elas são extremamente generosas e passam a vida a desencantar pequenas prendas, surpresas, teatrinhos, para oferecerem, surpreenderem e mostrarem que gostam de nós, adultos. Na verdade, grande maioria das vezes, nem valorizamos muito essa sua capacidade de dádiva, pelo que me pergunto porque a maior parte de nós adultos se esquece que um dia foi assim... Bem, mas isto agora não interessa nada, porque o tema é outro.
Ora pois: nesse belo desenho que me foi oferecido por uma menina estava grafitada uma linda princesa, vestida de cor-de-rosa. E eu, na minha inocência, com um sorriso de orelha a orelha, perguntei-lhe: "Sou eu a princesa?". É claro que a resposta foi um redondo NÃO. Eu a princesa?? Mas porque raio seria eu a princesa?? Sou alta - por acaso sou -? Loira? Ou Branca como a Neve? Sou magrinha? Calço sapatos de cristal? Sei dançar a valsa, sem tropeçar? Movimento-me graciosamente como se fosse uma bailarina em pontas? NÃO!! Ora pois, Susana. Debatia-me eu, nestes curtos segundos, com todas estas dúvidas, quando ela me vem como uma nova informação: És a Fada Madrinha! Não vês? Tem o cabelo parecido contigo e tudo! E asas! Eu sou a princesa!
Alto e pára o baile!! Com que então eu não só não sou nenhuma princesa, como correspondo ao estereótipo de Fada velhinha, gorda que , por acaso, sabe fazer uns truques marados com um pedaço de metal amaricado? Ora vamos lá por tudo em pratos limpos! Eu só sou a Fada Madrinha se ela vestir de amarelo, tiver umas asas grandes e fofinhas e puder comer bolo de bolacha, todos os dias, sem engordar! Tudo bem com o viver no meio das flores e das plantas, mas exijo desde já um T1 - vá sou boazinha - com terraço, no cimo da mais alta árvore do mundo, com direito à melhor vista do planeta! E aviso, desde já, que não quero qualquer tipo de confraternização com as páreas das moscas, é que sinceramente não há quem aguente aquele zunido monocórdico e repetitivo que tira a paciência a um santo, e nestas coisas das hierarquias étereas não há - nem pode haver - pão p'ra malucos! Se nos entretantos eu puder contribuir com alguma esperança, alegria e crença de que a verdadeira magia dos sonhos está na sua possibilidade de concretização, posso ponderar, mais sériamente, a proposta de trabalho.
Ah! É verdade! Condição indiscutível: Nome. Próprio, se faz favor. É que isto de a Fada-Madrinha ser conhecida sempre por... FADA MADRINHA, é um desrespeito pela individualidade que tanto prezo! Comigo não fazem farinha! É pegar ou largar. Tenho dito.
Ora pois: nesse belo desenho que me foi oferecido por uma menina estava grafitada uma linda princesa, vestida de cor-de-rosa. E eu, na minha inocência, com um sorriso de orelha a orelha, perguntei-lhe: "Sou eu a princesa?". É claro que a resposta foi um redondo NÃO. Eu a princesa?? Mas porque raio seria eu a princesa?? Sou alta - por acaso sou -? Loira? Ou Branca como a Neve? Sou magrinha? Calço sapatos de cristal? Sei dançar a valsa, sem tropeçar? Movimento-me graciosamente como se fosse uma bailarina em pontas? NÃO!! Ora pois, Susana. Debatia-me eu, nestes curtos segundos, com todas estas dúvidas, quando ela me vem como uma nova informação: És a Fada Madrinha! Não vês? Tem o cabelo parecido contigo e tudo! E asas! Eu sou a princesa!
Alto e pára o baile!! Com que então eu não só não sou nenhuma princesa, como correspondo ao estereótipo de Fada velhinha, gorda que , por acaso, sabe fazer uns truques marados com um pedaço de metal amaricado? Ora vamos lá por tudo em pratos limpos! Eu só sou a Fada Madrinha se ela vestir de amarelo, tiver umas asas grandes e fofinhas e puder comer bolo de bolacha, todos os dias, sem engordar! Tudo bem com o viver no meio das flores e das plantas, mas exijo desde já um T1 - vá sou boazinha - com terraço, no cimo da mais alta árvore do mundo, com direito à melhor vista do planeta! E aviso, desde já, que não quero qualquer tipo de confraternização com as páreas das moscas, é que sinceramente não há quem aguente aquele zunido monocórdico e repetitivo que tira a paciência a um santo, e nestas coisas das hierarquias étereas não há - nem pode haver - pão p'ra malucos! Se nos entretantos eu puder contribuir com alguma esperança, alegria e crença de que a verdadeira magia dos sonhos está na sua possibilidade de concretização, posso ponderar, mais sériamente, a proposta de trabalho.
Ah! É verdade! Condição indiscutível: Nome. Próprio, se faz favor. É que isto de a Fada-Madrinha ser conhecida sempre por... FADA MADRINHA, é um desrespeito pela individualidade que tanto prezo! Comigo não fazem farinha! É pegar ou largar. Tenho dito.
16 wake ups:
Pronto! Altera-se o nome para Fada-Mãe...
Pronto sra dona Susana! ;D
Jokas :)
Ola Susana, vim retribuir a tua visita, volta sempre que quiseres, seras bem recebida.
Estive a dar uma vista de olhos pelo teu blog, quando me deparo com um post que me arrepiou (no bom sentido), o post em que falas da entrevista que deste sobre ser adoptada.
Assim como tu, tambem eu fui adoptada :)
Vou voltar !
Beijinho grande.
Mais nada...a senhora lá sabe!!
LOL
bj
Ah nem mais. Já que temos direito a sonhar e a imaginarmo-nos todas vestidas com aqueles vestidos-balão típicos de fada-madrinha, ao menos que se mantenha a nossa identidade. :)
Obrigado pela visita.
Beijinho
oi =)
que texto magnifico :)
infelizmente só agora descobri este magnifico blog...
uau! tens aqui um belo "cantinho"
bj
*
Oh Susana, já li e reli o texto, que está um "most", como sempre, mas hoje sinto-me tão vazio (é mais cheio de raiva) que não encontro palavras para um comentário à altura.
Olha, apesar de nestas coisas de contos de fadas os mais pequenos serem mais entendidos do que os adultos, na minha opinião tu não precisas ser magra nem loira para seres uma princesa.
Cuidado não beijes o sapo errado.
Beijinho.
Pois trabalhar com crianças destas lindas coisas...
Eu às vezes nem sei... encontro de tudo... é que são eles mesmo que nos vêm pôr nos bolsos mesmo sem nos apercebermos.. acho que devemos ter cara de cofre.... pois... aqueles são os seus mais belos tesouros...
Um beijo.. não sabia que trabalhavas com crianças... giro :)
Que engraçado.
Eu também só me imagino princesa ou fada se fôr de amarelo :)
São os pequenos grandes tesouros que temos nos bolsos.
É tão bonito. São esses gestos que fazem a diferença no nosso dia a dia.
Beijo
Grande texto, Fadinha... ;)
Beijocas
Olá su,
Ser escolhida para fada-madrinha é um grande privilégio - pelo menos eu acho que sim - pois uma criança só delega a alguém, muito especial, a difícil tarefa de zelar por ela e pela sua própria segurança. Penso até que só o fariam a outra pessoa para além da fada-madrinha - a mãe. Por isso mesmo orgulha-te pois, segundo o desenho, foste eleita para desenvolver o mais nobre "trabalho" do mundo. De resto, gostei do humor que aplicaste no texto a temperar a sensibilidade com que o escreveste. Mas eu gosto sempre:-)!!!
Fada madrinha não é assim tão mau...
LOLOL o que eu me ri com o texto Su!!:))
Já votei na tua indumentária para o Carnaval...China girl!! Eu já me mascarei assim!!:)
bjs
_malinha
trabalhar com crianças: o meu sonho.
Sou um bom contador de historias, por mais incrivel que te pareça!
beijo doce !
Prometo inscrever-te no sindicato das fadas. Acho que darias uma fairy perfeita (daquelas superfashion com matching shoes and wings!)
Respostas tardias:) Mas como mais vale tarde do que nunca, cá vão elas:
Bento:pronto... calaste-me:P
Dante:ah pois é! ah pois é!;)
Miepee::)olha ainda bem que me dizes isso! Podes sempre colaborar no blog nosadoptamos do sapo! Testemunhos são precisos para dismitificar a Adopção. Obrigada pela visita!
Shakti: Oh yeah;)!!
Agirl: Não agradeças, foi com todo o gosto!
Zequinhas: Já te agradeci Zequinha, mas cá fica mais um Volta sempre!:)
Cão Sarnento:o post de hoje é um reflexo deste teu comentario:P
Maça com Canela: também trabalahs com crianças, então sabes bem a que me refiro!:)
Cor do Sol: Não fôssemos nós as Yellow Big Fans!:)
Pedro Barata: Obrigada Bagacinho!
H.L: Gostei imenso do teu comentário e faz todo o sentido. Porque é de facto assim e cá entre nós eu dei-lhe um daqueles abraços mortiferamente esmagadores:P
Aespumadosdias:pois não;)!
MalinhaViajante:não digas a ninguém , mas eu torço pela abelha maia...shssssssss!
Sam:pois eu nunc aporia em causa a tua capacidade de contar histórias. E ensinavas-lhes algo precioso que é o sentido de humor!
Obrigada pelos comentários!
su
Violet: sim tinha que ser fashion:) ehehehe! SNFM ( Sindicato Nacional das Fadas Madrinhas)... soa razoavelmente bem..:P
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